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FMI sobe previsão de crescimento mundial neste ano e corta a do Brasil

Do UOL, em São Paulo

21/01/2014 14h00Atualizada em 21/01/2014 15h48

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2014: de 2,5% para 2,3%. A expectativa para 2015 também foi cortada: de 3,2% para 2,8%. 

A projeção para o país ficou abaixo da estimada para o cenário mundial. O FMI elevou as projeções de crescimento global –algo que não acontecia há quase dois anos-- de 3,6% para 3,7% neste ano. A expectativa é de expansão global de 3,9% para 2015.

A previsão para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano passado também foi ligeiramente reduzida, de 2,5% para 2,3%, inferior aos 3% projetados para a economia global. 

Os dados são do relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgado pelo FMI nesta terça-feira (21). Os dados anteriores tinham sido divulgados em outubro.

Mesmo com as revisões para baixo, as estimativas do FMI para o PIB brasileiro neste ano e no próximo são mais otimistas do que as dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC). A expectativa é que a economia tenha crescido 2,28% em 2013. Para 2014, os analistas de mercado esperam crescimento de 2% e para 2015, de 2,5%.

No terceiro trimestre de 2013, o PIB brasileiro encolheu 0,5% em relação aos três meses anteriores, e cresceu 2,2% em relação a um ano antes. O resultado do quarto trimestre e do ano de 2013 deve ser divulgado no final de fevereiro.

Estimativas mais baixas para Brasil e Rússia

O relatório não entra em grandes detalhes sobre a economia brasileira. Ao falar sobre as perspectivas para os mercados emergentes e países em desenvolvimento, o FMI diz que, em muitos deles, a demanda permaneceu “mais fraca do que o esperado”.

De acordo com o fundo, “isso reflete, em graus variados, condições financeiras e políticas mais apertadas desde 2013”, assim como incertezas no quadro político e indefinições sobre políticas dos governos e gargalos, “com os últimos pesando sobre o investimento, em especial”.

Como resultado, as estimativas de crescimento foram revisadas para baixo em relação às projeções do Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês) de outubro de 2013, incluindo Brasil e Rússia.

Crescimento maior no mundo, mas alerta para inflação baixa

Para o FMI, o crescimento no mundo deve ser impulsionado em meio à demanda e aos estoques maiores nas economias avançadas, que alimentaram a expansão de mercados emergentes.

Porém, o fundo alertou que as nações mais ricas ainda estão crescendo abaixo da capacidade total e correm risco de sofrer deflação (quando os preços sobem menos do que deveriam).

"Haverá mais migração de crescimento de economias emergentes para economias avançadas em 2014 e 2015", escreveu o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em comunicado.

EUA, Reino Unido e Japão têm cenário otimista

Os Estados Unidos devem ter destaque, segundo o FMI, após acordo orçamentário no Congresso reduzir parte dos cortes de gastos públicos que pressionavam a demanda doméstica.

Dados dos EUA mostraram que no mês passado o aumento nos estoques corporativos, o maior desde 1998, ajudou a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e o FMI espera que a demanda doméstica eleve o crescimento a 2,8% em 2014.

O FMI também viu cenário mais otimista para o Reino Unido, em meio a crédito barato e maior confiança, aumentando a previsão de crescimento de 1,9% para 2,4% em 2014.

As perspectivas para o Japão também surpreenderam positivamente, com o FMI projetando que mais estímulos fiscais devem ajudar a compensar parte do impacto do aumento do imposto sobre consumo planejado para breve.

O Japão lançou ambicioso programa econômico no ano passado para impulsionar a economia de quase duas décadas de deflação.

O FMI espera que a economia chinesa cresça 7,5% neste ano e 7,3% no próximo, o que pode ser uma das taxas baixas de expansão em mais de uma década.

 (Com Reuters e Valor)